sábado, 24 de abril de 2010

Conheçam a história de Hair !


'Hair' foi escrito por James Rado e Gerome Ragni (texto e letras das músicas) e Galt MacDermot (música). Estreou off-Broadway, em 17 de outubro de 1967 e, depois de 45 apresentações, foi para o Teatro Biltmore, na Broadway, em 29 de abril de 1968, onde foi à cena por mais 1.873 vezes.

Uma das atrizes do elenco, Beverly D'Angelo, se consagraria em Hollywood. Foi a única atriz que não apareceu nua em cena.

Seguiram-se outras montagens em Los Angeles, Londres e Sydney. No México, depois da primeira apresentação, a peça foi proibida pelo governo e os atores, ameaçados de prisão, tiveram que deixar apressadamente o país. Outras montagens se seguiram através do mundo , voltando a cartaz mais recentemente na Austrália, na Áustria e na Grã-Bretanha, com novas letras para as antigas canções.

Em setembro de 2005, nova montagem de Hair foi encenada em Londres, com a ação ambientada não mais na Guerra do Vietnã, mas na Guerra do Golfo de 2003. James Rado concordou inicialmente com a montagem, mas o espetáculo mereceu críticas de atores que trabalharam na versão original. Na opinião deles, o espírito desta foi traído na atualização.

O álbum com as canções da peça foi agraciado com o Grammy de 1969.
Hair provocou controvérsia desde sua primeira apresentação. Mas em Nova York e em outros grandes centros, o descontentamento ficou circunscrito a críticas desfavoráveis dos conservadores.
No entanto, quando a peça saiu em excursão pelos Estados Unidos, seus produtores sofreram ações legais por práticas obscenas e desrespeito à bandeira americana, discussão que chegou à Suprema Corte. Também na Grã-Bretanha o musical teve problemas com a censura.
O enredo da peça difere do enredo da versão cinematográfica dirigida por Milos Forman.

O musical segue a trajetória d’ A Tribo, um grupo de hippies da Era de Aquário politicamente ativos, em sua luta contra o recrutamento militar no período da Guerra do Vietnã. Entre os hippies estão Claude e Berger, que lutam contra a convocação do primeiro, e Sheila, apaixonada pelos dois, mas muito envolvida na luta política para cuidar de seus sentimentos amorosos.
Eles e os outros membros do grupo sintetizam o pensamento e a prática dos hippies nos anos 60.

No final, a maior diferença entre os enredos da peça e do filme: Claude chega à conclusão que a vida n’A Tribo não é o que ele realmente deseja e vai para o Vietnã. No filme, Berger toma seu lugar e morre na guerra. O musical encerra sem que o público fique sabendo o destino de Claude no Vietnã.
Menos de um ano após a assinatura do Ato Institucional nº 5, que instaurou a fase mais dura do regime militar, com cassações de direitos políticos em massa e prisão e torturas de adversários, estreava em São Paulo a montagem brasileira do musical Hair, no palco do Teatro Aquarius, mais tarde Teatro Zaccaro, no bairro do Bixiga.

A iniciativa, ousada para a época, deveu-se a Ademar Guerra, responsável por várias realizações pioneiras do teatro brasileiro e que vinha de uma temporada exitosa com a polêmica peça Marat/Sade, de Peter Brook.

Ademar e o produtor Altair Lima tiveram que vencer várias dificuldades. Primeiro, a descrença de empresários teatrais de que era possível montar um musical do porte de Hair no Brasil. Depois de vencida esta resistência, veio outro problema: a censura.

A montagem original era repleta de cenas em que os atores apareciam nus, o que desagradou a censura. Seguiu-se uma penosa negociação e, ao final, os censores concordaram em que a nudez dos atores seria mostrada apenas uma única vez na peça, ao final da peça, em uma cena com apenas um minuto de duração e na qual os atores deveriam permanecer absolutamente imóveis, sendo seguido de um "black-out".

Apesar das restrições, Ademar deu um tratamento requintado à cena, que caiu no gosto do público e da crítica e é lembrada até hoje como um dos grandes momentos do teatro brasileiro.

Hair marcou a estréia de vários jovens atores e atrizes, que depois se tornaram famosos por suas atuações no teatro, cinema e televisão. O elenco inicial era composto por Armando Bogus, Sônia Braga, Maria Helena, Altair Lima, Benê Silva, José Luiz de França Penna, Neusa Maria, Marilene Silva, Laerte Morrone, Aracy Balabanian, Gilda Vandenbrande, Bibi Vogel, Acácio Gonçalves e Pingo.

Sônia Braga, então com 18 anos, foi a grande estrela da peça, mas quase ficou de fora do elenco, pois não contava com a simpatia do diretor Ademar Guerra e só foi aceita por conta da insistência de Altair Lima. Entre os que se encantaram com Sônia, estava Caetano Veloso que compôs Tigresa em sua homenagem. Sônia era a tigresa de unhas negras e íris cor de mel, que trabalhou no Hair.

Ao longo da carreira da peça, que se estendeu até 1972, entraram as atrizes Ariclê Perez e Edyr Duqui (que depois faria parte do grupo musical As Frenéticas) e os atores Antonio Fagundes, Nuno Leal Maia, Ney Latorraca, Denis Carvalho, Buza Ferraz e Wolf Maia.

A direção musical da peça foi de Cláudio Petraglia, a coreografia, de Márika Gidali e a tradução das músicas para o português, de Renata Pallotini.

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